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31/08/2021

“Eu vi a luz”: jovem se converte e se torna padre após experiência de quase morte

eu vi a luz” é um testemunho recorrente de pessoas que estiveram não apenas à beira da morte, mas “um pouco além da beira”: algumas chegam a afirmar que se sentiram “flutuando”, “fora do próprio corpo” e até mesmo vendo o próprio corpo “de cima”, ao mesmo tempo em que vislumbravam uma intensa luminosidade dentro de uma espécie de “túnel” que se abria à sua frente. Entretanto, por algum misterioso motivo, retornaram ao próprio corpo e puderam “adiar” a partida deste mundo. Há inclusive estudos de neurociências que tentam entender que espécie de fenômeno é esse, conhecido pelo nome de “experiência de quase morte“.

O padre Vincent Lafargue, que vive na Suíça, é uma das pessoas que relatam essa experiência: “Eu vi aquela famosa luz”.

No ano 2000, Vincent era um jovem de 25 anos, católico, mas, em suas próprias palavras, “não muito praticante”. Aliás, era ele quem se achava no direito de puxar as orelhas de Deus, de quem cobrava satisfações pelas desgraças e males do mundo. Vigoroso, saudável, exercia três profissões ao mesmo tempo: locutor de rádio de manhã, professor de francês à tarde e ator à noite. Ele resume: “Como muita gente naquela idade, eu achava que era imortal”.

Mas Vincent sabia que aquela exagerada aceleração em que vivia não era sustentável. Ele tinha se dado conta de que tudo na sua vida estava “acima dos limites de velocidade” porque um aluno o havia feito notar um “tique linguístico”: Vincent repetia continuamente o advérbio “rápido”. “Vamos revisar rápido a tarefa”. “Vamos começar rápido essa aula”. Tudo tinha que ser “rápido”.

Sinal vermelho
“Eu estava pensando nisso mesmo naquela noite, na minha moto, e comecei a falar com Deus no meu coração. Eu falei: ‘Sei que estou indo rápido demais e que esse tique diz alguma coisa sobre a minha vida. Estou fazendo coisas demais e gostaria de frear um pouco, mas não sei como, principalmente porque amo tudo o que faço'”.

O jovem acelerado então lançou a Deus uma mistura de súplica e desafio:

“Se você é tão inteligente, se você existe mesmo, por que você não tenta me impedir?”.

Foi quando começou a experiência inesperada.

“Eu estava parado no sinal vermelho. Naquela hora, com muita clareza, uma voz mais forte do que a música que eu estava ouvindo alto nos fones de ouvido começou a me falar. Aquela voz, muito suave e gentil, e que não tinha nada a ver com a voz da minha consciência, me perguntou duas vezes: ‘Você está mesmo ciente do que está me perguntando?’. E nas duas vezes, em voz alta, sem saber o que estava fazendo, eu respondi: ‘Sim'”.

Impacto brutal
Quando o semáforo abriu, Vincent mal conseguiu avançar 100 metros quando bateu de frente com um carro que vinha a 80 km/h. Era mais ou menos a mesma velocidade da sua moto. O impacto foi brutal.

“A motorista do carro tinha um celular, o que não era comum em 2000. Ela ligou na hora para a polícia em vez da ambulância, porque tinha certeza de que eu estava morto quando me viu numa poça de sangue. Mas foi isso que salvou a minha vida, porque depois ficamos sabendo que a ambulância estava presa no trânsito, longe do local do acidente, mas o carro médico da polícia estava perto e chegou em dois minutos”.

O coração parou
As graves fraturas que Vincent tinha sofrido provocaram hemorragias internas. Com o jovem sangrando muito por dentro enquanto era levado pela equipe de socorro para um hospital de Genebra, um médico entendeu rapidamente que ele estava morrendo ao ver uma mancha que indicava a hemorragia.

Não era um médico da equipe de atendimento: era um doutor que já tinha encerrado o seu expediente naquele dia e, providencialmente, estava ao lado de uma máquina de café numa ala pela qual o jovem estava sendo levado. O médico pediu imediatamente para ver um raio-X de Vincent. A situação era extrema – tanto que, justo à entrada da sala de operações, o coração do jovem parou de bater.

“Eu vi a luz”
Sobre o que aconteceu a partir daquele instante dentro da sala de cirurgia, o próprio Vincent relatou em entrevista ao National Catholic Register, um dos mais importantes jornais católicos norte-americanos:

“O que aconteceu naquele momento é muito mais vívido que qualquer outra coisa na minha mente. De repente, eu vi uma cena que pude observar de cima. Vi uma pessoa machucada numa cama, pessoas agitadas ao redor dela, e ouvi um bipe que indicava que um coração estava parando. Eu estava preocupado com essa pessoa, sem entender que era eu. Meu estado era de total bem-estar. Tudo isso mal durou um minuto, mas, na minha percepção, foi muito mais longo.

De repente, eu me virei como se alguém estivesse me puxando por cima. Mas, em vez ver o teto, eu vi aquela famosa luz, imensa, e da qual nunca tinha ouvido falar até então. Ela é muito mais potente do que a luz do sol, mas não ofusca. Ela me atraía. Flutuei até essa luz por alguns momentos, mas diferentemente de outros [que dizem, por exemplo, que nesse instante viram pessoas queridas que já tinham falecido ou até mesmo o próprio Jesus], eu não fui além disso. Mas, para mim, aquela luz era ‘habitada’, não por uma pessoa visível, mas por uma óbvia presença, que era Amor, Amor incondicional. E, para mim, como eu iria aprender mais tarde, o amor é uma Pessoa: Deus. Isto foi o que eu senti de um jeito muito profundo”.

Vincent acrescenta que, pouco depois, foi “lançado de volta ao corpo”:

“Foi o pior momento da minha vida, sensorialmente falando, apesar de ter sido o momento em que o meu coração começou a bater de novo. Todas as minhas dores acordaram. Então eu passei por cirurgias muito pesadas. Algumas lembranças do que tinha acontecido começaram a surgir logo que eu acordei, mas eu realmente não entendia o significado daquilo tudo”.

Uma gradual trajetória de conversão
Ao longo da demorada recuperação, Vincent recebeu visitas de um capelão a quem, na primeira vez, praticamente ignorou. Mas o padre não parou de visitá-lo. Um dia o sacerdote lhe falou que Deus nunca faz o mal, mas o permite, já que respeita a liberdade humana, e “estava usando aquele mal para tocar meu coração”.

A conversão, no entanto, foi acontecendo pouco a pouco. Não foi “automática” após a experiência de quase morte.

“Nos primeiros dois anos, explorei todas as religiões do mundo”, conta Vincent. Certo dia, ouviu no rádio um homem que estava falando de “poesia, arte, cinema… tudo o que eu amava”. Quando soube que o homem era um padre, Vincent telefonou para ele. Foi mais um marco no seu caminho de conversão e discernimento vocacional.

A experiência de quase morte
A própria experiência de quase morte havia sido, de certa forma, “apenas” um marco – de grande importância, é claro, mas, por si só, ela não ativou “magicamente” uma radical transformação da vida de Vincent.

Aliás, a respeito dessa experiência, o jovem teve a oportunidade de relatá-la ao mesmo médico que realizou a sua cirurgia:

“Contei a ele o que tinha visto, a massagem cardíaca, a conversa entre ele e as enfermeiras, o número que vi na parede, o nome escrito num crachá no jaleco branco de uma enfermeira ao lado da minha cama… O médico ficou ao mesmo tempo interessado e confuso. Ele disse que, cientificamente, eu não poderia me lembrar de nada disso, principalmente do homem que estava ao lado da cama, porque eu nunca o tinha visto fora daquela sala de cirurgia. Ele disse que acreditava em mim porque tudo o que eu estava contando estava correto, mas que aquilo não podia ser explicado pela ciência porque o meu coração nem estava mais batendo”.

O pe. Vincent Lafargue foi ordenado sacerdote em 2010. Ele se prepara agora para substituir, como capelão de hospital, o mesmo sacerdote que o visitara após o acidente que o fez enxergar “aquela famosa luz”.

A partir de entrevista do pe. Vincent Lafargue ao jornal National Catholic Register